Páginas

Gretl Braun


Há uma injustiça moral e histórica com a Blondi. Quem era mesmo era a irmã de Eva, a Margarete Braun. Alegre e espontânea a vida para Gretl corria como uma interminável festa, uma sucessão de amantes e namoros. Um charme a petzla.





Eva nem gostava muito da Blondi, ela preferia sottish terriers. Adolf trouxe Gretl para sua corte para dar um sentido mais família à sua relação semi-encoberta com Eva. Na verdade ele jamais se esqueceu do grande amor de sua vida Geli Raubau, sua sobrinha, quase dez anos mais nova. Ele tinha ciúmes doentios da menina que foi viver com ele desde os 17 anos quando o pai dela morreu. Nesta altura ela e a mãe vieram morar com o titio, a mãe passando a ser a doméstica da casa. O que, como filha da empregada, não deixa de acrescentar à menina um certo charme erótico. A doce austríaca não se sentia inteiramente à vontade na relação e não poucas vezes reclamou,


- Ai tio Adie, este bigodinho faz muitas cócegas no meu pescoço.



Geli era assim tipo rebelde e queria ser, imaginem, cantora! (*)

Ela acabou tendo um caso com Emil Maurice, motorista do tio, o que acabou por levá-la a se suicidar. Geli se matou contra sua própria vontade com a arma do possessivo AdolfMas como a fila anda titio acabou com outra gata, esta sim bem mais nova. Eva era 23 anos mais nova que ele. Quando o love começou ela também tinha 17 aninhos. Adie era mesmo chegado numa teen, pena que Eva não fosse nem prima nem sobrinha, mas nada é perfeito, fazer o quê.





Mas voltemos a Gretl.


Quando ela veio morar com a irmã, a alegria tomou conta de sua vida. De cada pedacinho de seu corpo. No Berghof em Obersalzberg, o idílico refúgio alpino do cunhado, seu lema era abra suas asas, solte suas feras, caia na gandaia, entre nessa festa. Mas como a festa já estava ficando uma coisa assim tipo demais, foi preciso casá-la seguindo os sábios conselhos de Paulo aos Coríntios (1Co7.9). Mas lamentavelmente a menina iria continuar abrasando. Ela queria mais do mesmo. E muito.



E além de tudo Gretl fumava. Usava batom vermelho!

Pobre Adie, por mais que tentasse não conseguia ter uma família equilibrada. Mas casá-la com quem? Quem toparia ser com certeza o Cuckold da brunete gulosa? O primeiro que Bigodinho escolheu foi o capitão Fitz Darges, mas este agradeceu a honra e preferiu ir para a frente russa enfrentar tio Joe, o Bigodão. E agora?  Quem mais então senão o homem de confiança do cunhado?

Hermann Otto Fegelein topou. Paris vale uma missa.





Eu disse de homem de confiança? O SS Gruppenführer e Generalleutnant das Waffen-SS foi a última e a mais dolorosa traição que o Chanceler experimentou. Quem assistiu "A Queda" lembra do excelente desempenho do Bruno Ganz. Fegelein portava orgulhosamente uma Walther P-38 folheada a ouro. Gravada na coronha de carvalho estava seu nome e o lema Mein Hehre heißt Treue, Minha Honra é a Lealdade. Bem, o que lhe faltava na primeira ele compensava na ausência da segunda.




Nos últimos dias do III Reich Fegelein fugiu do bunker da Chancelaria. Ele foi encontrado, e preso, em seu próprio apartamento em Berlin preparando-se para partir para umas merecidas férias na Inglaterra com a amante húngara. Repleto de dinheiro alemão e estrangeiro além de muitas jóias, algumas de Eva, ele foi preso bêbado, sem uniforme e com a amante. Esta dedicada senhora era, não por acaso, uma espiã dos Aliados que lascivamente traía seu próprio país, o país que a acolhia e o amante. James O'Donnell sustenta que ela seria do serviço secreto britânico MI6, o que faz dela uma das primeiras bond girls. Hot ela era com certeza, há relatos.




Ao saber da traição de Fegelein o inconsolável Führer suspendeu a corte marcial que se preparava para julgar seu parente e ordenou execução imediata numa fúria tarantina tipo Ezequiel, (Ez 25.17). Eva intercedeu em vão pelo cunhado mas se convenceu que o futuro marido "teria matado o próprio irmão". Horas depois Adolf e Eva se casariam e partiriam para sua ardente lua-de-mel eterna.

Ardente mesmo, há relatos. Erich Kempka jura que atirou o primeiro fósforo.





Voltando ao casamento de Gretl com Fegelein.


Três de Junho de 1944. Himmler oficiou uma cerimônia pagã que teve dois dias de celebrações no Adlerhorst, o Ninho da Águia, em Obersalzberg. Infelizmente os indelicados Aliados desembarcaram na Normandia três dias depois, durante as comemorações do casamento, empanando o brilho da festa. Os convidados tiveram que abandonar a farra e correr de volta para seus postos de trabalho. Nem todos é claro, alguns correram na direção contrária.



A noiva casou grávida de outro homem. Espontânea, promíscua e ninfomaníaca Gretl Braun era conhecida carinhosamente na SS como Die Schlampe von Obersalzberg.

Sorry Blondi foi mal.




(*) Angela Maria Raubau, daí o apelido carinhoso Geli, apesar de sonhar ser cantora nada tem a ver com nossa Angela Maria, a cantora das multidões. Geli só cantava para o titio, este sim é quem gostava de uma multidão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário