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Sic Illa Ad Arcam Reversa


Há poucas terras e cidades tão mágicas quanto Salvador. Salvador tem características que são únicas e raras. Uma culinária própria, uma etnia miscigenada, um oásis de paz negra, uma religião sincretica de cristianismo-islamismo-candomblé, artes marciais próprias, um forma de ser e de estar e uma fonte aparentemente inesgotável de poesia, beleza, musica, ritmos e festas.


Até Catharina Paraguassú, a mãe simbólica de todos os brasileiros, é soteropolitana.






Mesmo a data da independência é própria e a rigor é historicamente a mais correta já que o 7 de setembro é de 1822 e o 2 de julho é de 1823 quando os portugueses realmente foram vencidos e capitularam.


O Sete de Setembro é apenas a proclamação, e aliás é assim mesmo que se diz. É só uma intenção. 

Já o Dois de Julho é a verdadeira independência. Conquistada com sangue, não com um grito, mas num campo de batalha. O Dois de Julho é a vitória sobre as tropas de Portugal. Os baianos venceram a Batalha da Independência quando os portugueses finalmente foram derrotados, em Pirajá, próximo a Salvador.






Mas é no brasão de São Salvador, a Cidade da Bahia, que está a melhor expressão de tudo isso.

No brasão está escrito, Sic Illa Ad Arcam Reversa.


Quando Deus ordenou a Noé que fizesse uma arca foi para preservar as espécies para uma nova terra prometida. E Ele fez a recomendação final de que quando as águas começassem a baixar Noé soltasse uma pomba que lhe indicaria a terra escolhida.



Depois de dias de fúria divina as aguas do Diluvio começaram a baixar. Noé então soltou uma pomba esperando que esta retornasse com um sinal de que já havia terra firme.

Quando a pomba retornou Noé desembarcou na terra que Deus queria.

Sic Illa Ad Arcam Reversa. E assim a pomba voltou à barca.


Salvador, a terra que Deus escolheu.



E Ele em sua Generosidade permitiu que muitos outros deuses para lá também se mudassem e disso fizessem uma grande e eterna festa.


Este mesmo Deus que se não hesitou em entregar seu único filho ao martírio da Crucificação, reservou a seu povo amado as alegrias da Terra da Felicidade.





Ivan Camara Correa

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